domingo, 3 de maio de 2009

CARACTERÍSTICAS DA RAÇA SHAR PEI

O Shar Pei é conhecido principalmente pela pelagem enrugada, muito acentuada quando filhote e mais branda na idade adulta. As rugas, que chegam a cobrir seus olhos, realmente fazem com que tenha uma aparência bastante exótica. Como o Chow Chow, sua língua é de tom preto- azulado.

Apesar de parecer que o Shar Pei está sempre carente, este cão mostra-se na verdade bastante independente, leal e calmo, que gosta de brincadeiras, mas aprecia a tranqüilidade. Muito dócil com as pessoas, deve preferencialmente ser acostumado desde filhote ao convívio com outros cães. Esta raça já foi utilizada na China como cão de rinhas e de combate.

Alguns filhotes devem ser submetidos a uma cirurgia corretiva para que a pele acima das pálpebras não comprometam a visão posteriormente. Apesar de ser considerado um cão muito limpo, a pelagem do Shar Pei exige muitos cuidados. Deve estar sempre bem seca a fim de evitar a proliferação de doenças de pele e o mau odor.

A cor de sua pelagem é uniforme, nos tons preto, marrom, acaju, creme e bege. Costuma-se usar duas denominações para o Shar Pei, dependendo do comprimento da pelagem: quando atinge até 1,5 cm na cernelha recebe o nome de horse coat; se o comprimento chega a 2,5 cm, é chamado brush coat. Sendo um cão de porte médio, o Shar Pei precisa ser exercitado regularmente.

Histórico
Na década de 1970, o Shar Pei chegou a ser citado no Guinness book — O livro dos recordes como o cão mais raro do mundo. A história desta raça tem início na China, na dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.), mas acredita-se que sua origem possa ser de até 2.000 anos atrás. O fato de o Shar Pei ser uma das mais antigas raças conhecidas, porém, não faz com que o padrão dos exemplares encontrados hoje em dia seja totalmente fiel ao padrão original da raça.

O Shar Pei já esteve seriamente ameaçado de extinção, e não mereceu menção no livro dos recordes à toa. Isso porque a partir de 1949, com a revolução comunista de Mao Tse Tung, a posse de animais de estimação passou a ser proibida — levando ao sacrifício de todos os cães que não fossem comprovadamente usados para auxiliar o homem e impondo multas altíssimas aos proprietários que quisessem manter seus animais de estimação. Os cães abatidos eram destinados à alimentação da população daquele país. Este tradicional hábito dos chineses de se alimentar da carne de cães também pode ter agravado a situação dos Shar Peis, embora afirme-se que sua carne não era tão apreciada.

Considerado um excelente caçador, o Shar Pei original conseguiu subsistir, mas suas características físicas foram bastante modificadas. Seu corpo enrugado e a valentia diante de outros cães fizeram com que fosse utilizado muitas vezes como cão de brigas — daí a denominação norte-americana Chinese Fight Dog. As tentativas de transformar o Shar Pei em um verdadeiro cão de combate foram responsáveis pelos diversos cruzamentos inter-raciais nas décadas de 1960 e 1970. Naquela época, os cães sofriam de desnutrição, não atingindo seu tamanho ideal e gerando filhotes mais fracos e ainda menores. Este problema tornou-se de difícil solução pela freqüência dos cruzamentos consangüíneos, devido ao pequeno número de exemplares disponíveis.

Assim, o padrão oficial estabelecido primeiramente para o Shar Pei em 1981 definia características diferentes da raça original. As pregas na pelagem do adulto eram mais numerosas, a proporção do corpo do animal e do focinho eram diferentes e as medidas da altura eram maiores. Nesta época, alguns criadores chineses já mostravam preocupação em resgatar as características da raça original. Visando justamente redefinir o deficiente padrão em voga, se considerado todo o histórico do Shar Pei, um grupo de criadores chineses formou o Hong Kong Shar Pei Club, dedicado à criação de exemplares mais próximos do original.

Em 1994, a FCI (Federação Cinológica Internacional) passou a adotar este novo padrão, que condena a cabeça e o focinho de proporções avantajadas e valoriza o porte mais alto. Vale lembrar que os Estados Unidos não adotam ainda o novo padrão, portanto esteja atento às diferenças entre os tipos de Shar Pei que você poderá encontrar.

Perfil Clínico
A principal característica do Shar Pei, a pele enrugada, demanda que o dono siga alguns cuidados básicos em relação a seu cão. Quando as rugas da cabeça caem sobre os olhos do Shar Pei, as pálpebras e os cílios são enrolados para dentro, causando o entrópio. Quanto mais rugas tiver o filhote, maior será a probabilidade de se desenvolver este problema, que pode levar à cegueira. Por isso é costume submeter os filhotes a um procedimento cirúrgico para corrigir as pregas acima do olho. Se for escolher um cão desta raça, procure preferencialmente pelos filhotes já operados. É preciso estar atento à sujeira e à umidade que se acumulam entre as dobras, que podem causar seborréia, micose e dermatite. Os exemplares de pêlo bem curto (horse coat) sofrem com irritações provocadas pela própria fricção do pêlo nas pregas. Os sintomas de que a pele de seu cão não está em perfeitas condições são em geral falhas e manchas na pelagem, mau odor e até mesmo feridas. Você pode evitar que isso aconteça mantendo seu cão sempre bem seco, eliminando qualquer resquício de umidade.

O Shar Pei ainda pode apresentar um problema conhecido como lábios apertados (tight lips), quando o lábio inferior começa a enrolar para dentro da boca, impedindo o crescimento da mandíbula e causando dificuldade na alimentação. Este problema pode ser corrigido cirurgicamente. Por apresentar um crescimento muito rápido, a raça corre o risco de desenvolver displasia coxo- femural. Outra doença que pode assustar os proprietários de exemplares desta raça é a síndrome do Shar Pei — uma febre ocasional que provoca dificuldade de locomoção. Os médicos pouco sabem sobre ela, mas alguns cuidados especiais na alimentação e na rotina do cão podem amenizar o problema.

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